Ontem foi domingo. Ontem foi meu aniversário-adversário-desaniv ersário. Ontem foi meu plantão. Dane-se. Não é o mundo que é grande, meus braços é que são pequenos para abraçá-lo. Ademais, o tempo mora no coração da gente. A gente nasce todo dia, a gente morre todo dia.
Tive uma surpresa antes de ir trabalhar e uma outra depois do trampo, assim que cheguei em casa. Um abraço da minha queridaça mana mais velha na saída e um abraço do meu queridão mano caçula na chegada. Gostoso receber a Claudia com aquele sorrisão. E o Jonatas? Meldels! Que abraço mais terno. Foi hilário não reconhecer meu brother Carlos entrando na frente do carro com aquela cara de louco apontando na direção do pára-brisa uma vara de pescar, presente dele.
Que presentaço esse dia, viu! Imagine! Senti-me um sanduiche de carne viva entre dois abraços. O dia foi selado por dois abraços e conforto.
Chegar em casa foi um alívio. Planejei que dormiria toda aquela manhã. Eu precisava dormir. Dormi mal. Acordei o sol, fiz o seu lanche e o despachei para a escola. Hoje é dia de sacanear a segunda-feira. Era minha folga. Voltei pra cama e comecei a invocar o espírito de Morfeu. O transe foi interrompido pela barulhada no apartamento vizinho. Reforma. Levantei com uma vontade danada de bater na porta do vizinho e bater no vizinho. Brincadeira! rsrs. O barulho seguiu-se por todo o dia.
No final da tarde, entre marretadas e talhadeira, entre lençóis e entre peles, ela recosta sua cabeça em meu peito, sorri um sorriso de menina e sussurra: É a batida do seu coração.
De repente, o dia tumultuado transformou-se em música. O pedreiro metamorfoseio-se em maestro, o martelo mal-humorado numa batuta, marcando o compasso de "Por Una Cabeza".
Morfeu era Carlos Gardel
Ela era Perfume
E eu, Frank Slade, o Coronel
E o sono?
O sono veio.
Meu coração não bate, martela
Não bate tum tum tum
É sol batendo na janela
Mora um negro em meu peito
Que rufa seu tambor
Meu coração não tem jeito
Nele mora um escravo
Que teima ser senhor
Se acaso eu tiver um infarto
Não é dor de morte, é dor de parto
Mulher, por favor, tenha calma
É só um menino a bola chutando
Rompendo o âmnio da minh'alma
Júlio Diniz
Que presentaço esse dia, viu! Imagine! Senti-me um sanduiche de carne viva entre dois abraços. O dia foi selado por dois abraços e conforto.
Chegar em casa foi um alívio. Planejei que dormiria toda aquela manhã. Eu precisava dormir. Dormi mal. Acordei o sol, fiz o seu lanche e o despachei para a escola. Hoje é dia de sacanear a segunda-feira. Era minha folga. Voltei pra cama e comecei a invocar o espírito de Morfeu. O transe foi interrompido pela barulhada no apartamento vizinho. Reforma. Levantei com uma vontade danada de bater na porta do vizinho e bater no vizinho. Brincadeira! rsrs. O barulho seguiu-se por todo o dia.
No final da tarde, entre marretadas e talhadeira, entre lençóis e entre peles, ela recosta sua cabeça em meu peito, sorri um sorriso de menina e sussurra: É a batida do seu coração.
De repente, o dia tumultuado transformou-se em música. O pedreiro metamorfoseio-se em maestro, o martelo mal-humorado numa batuta, marcando o compasso de "Por Una Cabeza".
Morfeu era Carlos Gardel
Ela era Perfume
E eu, Frank Slade, o Coronel
E o sono?
O sono veio.
Frank Slade, o duro Tenente-Coronel, se derrete em Perfume de Mulher |
Meu coração não bate, martela
Não bate tum tum tum
É sol batendo na janela
Mora um negro em meu peito
Que rufa seu tambor
Meu coração não tem jeito
Nele mora um escravo
Que teima ser senhor
Se acaso eu tiver um infarto
Não é dor de morte, é dor de parto
Mulher, por favor, tenha calma
É só um menino a bola chutando
Rompendo o âmnio da minh'alma
Júlio Diniz