ADAPTAÇÃO DA TRAGÉDIA DE SÓFOCLES |
Certa feita visitei uma praça de uma cidade,cujo nome não me lembro e parei para contemplar aquela estátua.
Uma mulher petrificada de olhos vendados, cujo nome é Justiça.
Abaixo da estátua, uma placa de bronze escrita em letras em ouro:
Reza lenda que a Justiça era a mulher mais linda do mundo. Objeto de desejo dos homens e de inveja das mulheres.
Cansada, deprimida, angustiada, numa certa noite fria Justiça se olhou no espelho. Não quis se maquiar para receber o próximo cliente. Renunciou aquele batom escarlate, não pintou as unhas, não usou seu melhor perfume. Vestiu apenas aquele velho vestido branco que mais me lhe deixava confortável.
À porta, mais um homem chegara para para viver um amor leviano.
Perplexo, abandonou a porta aberta, carregando nos olhos o desprezo e a covardia do choque que recebera.
Justiça lhe abrira a porta, vestida naquele velho vestido branco , a face marejada de sangue, estendendo as mãos na direção daquele homem, oferecendo-lhe os próprios olhos.
Perplexo com o que acabara de ler, ali, frente à estátua fria, eu fora possuído pelo espírito de um Padre Orígenes. Prostrei-me perante aquela deusa morta, confessando meus pecados, ofertando meu sacrifício . E o sangue se me escorria por entre as pernas em libação.
Não demorou para a multidão curiosa se ajuntar como se tragédia houvesse acontecido.
Eu não podia mais ver absolutamente nada. Minhas pálpebras se cerraram e eu gemia de dor, no entanto meus ouvidos ouviram todas músicas do mundo ao mesmo tempo.
Perplexo, abandonou a porta aberta, carregando nos olhos o desprezo e a covardia do choque que recebera.
Justiça lhe abrira a porta, vestida naquele velho vestido branco , a face marejada de sangue, estendendo as mãos na direção daquele homem, oferecendo-lhe os próprios olhos.
Perplexo com o que acabara de ler, ali, frente à estátua fria, eu fora possuído pelo espírito de um Padre Orígenes. Prostrei-me perante aquela deusa morta, confessando meus pecados, ofertando meu sacrifício . E o sangue se me escorria por entre as pernas em libação.
Não demorou para a multidão curiosa se ajuntar como se tragédia houvesse acontecido.
Eu não podia mais ver absolutamente nada. Minhas pálpebras se cerraram e eu gemia de dor, no entanto meus ouvidos ouviram todas músicas do mundo ao mesmo tempo.
Júlio Diniz