Júlio Diniz |
Se for pra sair de casa
Se for pra passar por aquela porta
Que seja para voltar melhor
Ou tão bem quanto saiu
Se for pra sair de casa
Só pra dar uma meia-volta
E na volta voltar pior do que estava
Então dê na chave uma volta e meia
Volte, bata a porta na própria cara
Ao sair de casa
Você não saberá o que lhe espera
Ainda que já tenha planejado o dia
Ainda que a agenda esteja lotada
Apesar da pressa sufocante
Asfixiada pela pressão do mundo lá fora
Apesar do olhar perdido morrendo de medo
De dar de cara com o vazio
Ou mesmo ainda apesar da certeza da rotina
Somos sempre surpreendidos por nós mesmos
Pois arriscar-nos na lida é nossa sina
Nascemos todos endi-vidados
Temos uma dívida para com Deus
Para com a vida, para com o outro
Temos uma dívida conosco mesmos
E haveremos de pagá-la
Pois o Amor é eterno
O Amor lança fora o medo
E quem não deve, não teme
Ao sair de casa
Você pode fazer seu destino
Mudar o itinerário de alguém
Mudar de vida num encontro
Ao sair de casa você pode ...
Se você gostou, você pode encontrar o texto na íntegra no livro
O UMBIGO DE ADÃO, Uma Cicatriz de Dor e Prazer da Existência. Júlio Diniz e Javier Cardona, autores.