sábado, 9 de abril de 2011

Sobre a Ira

Se algum dia, em algum momento , eventualmente você se deparar com um ser humano irado, não considere suas palavras, suas gesticulações, o olhar esbugalhado, a espuma no canto da boca. Não leve em conta o retrato rasgado, o copo arremessado contra a parede, o grito, o surto, a acidez, o batido da porta, o porre, os palavrões, a língua felina, a ferida aberta, a falta de educação ...

Considere apenas a ira. Considere a fraqueza a que todos, sem exceção, estamos sujeitos. Considere a nudeza, a encenação, a alienação, o limite que nos aprisiona na liberdade de ser humano em sua plenitude.

Considere a ira apenas como ira.