Nem tanto à terra
Nem tanto ao mar
Assim, uma foz
Andar por aí
No filete de rocha moída
Na tortura da ferida
Na loucura que elucida
Na tortura da ferida
Na loucura que elucida
Entre beijos e abraços
Da água mole e a pedra dura
Rijeza que se esfacela
Entre os dentes e a saliva
Entre ambos castanha colhida
Orla, praia, fronteira
Poeira, de ampulheta
Entre margens um rio
Sem represa, por favor
Sem meios termos dos extremos
Quente e frio
Nunca morno
A alma quente em carne viva
Um soluço, um insight, um espasmo
Entre um futuro e um passado
Meso a meso
Nem é risada petimetre
Nem meio metro de bico
Esboço de um sorriso discreto
Sem-vergonha da vergonha da vida
No filete de rocha moída
Entre a terra e o mar
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Sem grilo na cuca |
Entre ódio e amar
Apenas um caminhar
Perdido pra se encontrar
Junto à onda distraída
Que espuma e os pés refresca
Passos firmes na areia fofa
Fazer da lida uma festa
Fazer uma trilha honesta
Ser sincero comigo mesmo
Nem bêbado
Nem equilibrista
Quiça um alquimista
Quiça um alquimista
Assim, feito barro
Argila pra esculpir um corpo
Do Sagrado favônio sopro
Levanta-se o moribundo
Cão sem dono, vagabundo
Do Sagrado favônio sopro
Levanta-se o moribundo
Cão sem dono, vagabundo
Da boca cuspir porrada
Num tatâme vermelho-sangue
Por subverter qualquer ditame
Um bobo e um palhaço
Sem opróbrio da verdade nua
Um pobre homem rico
Um mendigo num palácio
Um mendigo num palácio
Na cara uma lágrima crua
Sem desculpas, sem maquiagem
Não conta com a fraqueza da sorte
E é contra a franqueza do destino
Tem caso com o acaso
Ser apenas uma semente
Ser tão-somente um menino
Estampa de um sorriso canalha
O que não deseja saber o sábio
Andarilho no fio da navalha
Assim Ser eu
E ser Javier Cardonna
Alter-ego, alma-dona
Dona de mim
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Entre os Extremos Tão profundo Tão raso Epiderme Vísceras Virtude Vício |
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No dia em que o mundo se tornar insuportável, seremos apenas eu e o mar |
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