quarta-feira, 17 de outubro de 2012

RAVE - O Lado Negro da Força



Foi a primeira Rave de que participei. Um pai de 42 anos de idade, levado por seu filho de 21 anos ( Henrique Diniz). Exatamente a metade de minha idade.

Eu não vi um ato de violência sequer. Não presenciei ninguém atentando contra a própria vida.
Eu vi apenas jovens vivendo deliciosamente, permitindo-se mover no ritmo da música da vida.

Não vi nenhum playboyzinho bombado querendo quebrar o braço de seu próximo.Vi rapazes malhados que apenas expunham seus corpos à procura do seu próprio passo de dança. Cada qual dançando à sua própria maneira. Vi mulheres lindas, maravilhosas, deliciosas, desejando apenas estarem ali, sem ser incomodadas por cantadas baratas, curtindo, na própria solidão, o desejo de serem elas mesmas.

Eu parecia estar num paraíso, onde a gente esquece as mazelas, as dores e a sacanagem do mundo que rola lá fora.

Porto Faria ou Cannabis Sativa?
A escolha é minha. Sendo minha ,portanto,
a responsabilidade das consequências.
Doce, balinha? Minha mente já é, por natureza, hiperativa.
Sofro de diabetes mental, excesso de dopamina.
Amo os prazeres da carne e da alma.





E qual é o lado negro da força?

Está no fato de que todos nós podemos esquecer do discurso de paz que ali  construímos juntos e agirmos como religião que mercadeja o amor. Podemos agir, se formos atraídos pelo lado negro da força, exatamente como igrejas evangélicas que vendem um amor que nos é dado gratuitamente. Dentro de quatro paredes pregam o amor, mas fora de seus templos suntuosos, são hipócritas capazes de aprontar qualquer tipo de sacanagem.

O que vivemos juntos nesta festa pode ser pregado ao mundo inteiro e assim podemos construir um mundo melhor.

Um beijo de paz pra todo mundo.

O dedinho vai para os políticos e pastores corruptos e para a maldade.
Foto: OhmArts


NOTA:


Caros amigos e leitores,

Se você gostou, se realmente curtiu meu testemunho, ajude-me a divulgá-lo. Estou querendo envolver os jovens na criação de um projeto de paz que pode ser levado ao mundo. Eu não posso fazer isso sozinho. Não tenho tamanha pretensão. Não é um projeto meu. Eu não quero mudar o mundo. Eu não posso mudar o mundo. Apenas estou mudando minha postura frente aos desafios da vida. É um projeto desta geração. Qual será nosso legado para a geração vindoura? Quem quiser participar é só entrar em contato comigo. Já vou antecipando: não sou candidato a porra nenhuma. Se eu fosse um político, tenho certeza de que me matariam.

Um beijo de paz pra vocês.
Com Deus!


Parte II

Alliance - De Volta Pra Casa



Foi fina a festa! Massa! 








Presenciei dois pequenos incidentes:

*Um chicletes mascado e cuspido na grama. A irritação daquela bosta colada no meu pé distraiu-me momentaneamente, interrompendo minha dança. Nada que uma lixa de unha perdida de alguma moçoila não pudesse resolver. Estou querendo dizer que havia umas trinta lixeiras espalhadas no salão a céu aberto.

* O outro incidente, um pequeno "demônio" se manifestara e foi imediatamente exorcizado pela sagacidade das vaias dos jovens guerreiros em busca de paz.

A música foi-me suficiente para ficar dopado de alegria. 

Logo na chegada, ao estacionar meu carro, estacionou ao meu lado um carro de um jovem que estava aturdido porque batera seu veículo que não poderia mais rodar. Perguntei:
_ Tem seguro?
_ Tenho!
_ Então, velho! Você não vai perder a festa por causa disso. Seguro serve é pra isso mesmo. Passei todas as instruções de como ele deveria proceder.
_ E como vamos embora eu e meus dois amigos?
_Eu tenho três vagas no meu carro, dou carona.

E assim, eu já entrei feliz pra caralho na festa.

Putz! Conheci muita gente bacana. Revi alguns amigos que fiz na festa anterior. Caraca!  Troquei uma ideia massa com o Júlio Jaka sobre como uma greve mundial de lixeiros pode mudar o mundo. Dei de cara com o Pedro, garçon do Jack Rock Bar, que me serviu como se eu fosse um príncipe, enquanto entrei no Jack de chinelo, dois dias sem tomar banho, mas usando Paco Rabanne, quando fui lá pela primeira vez. O cara carrega uma mensagem muito foda no corpo: Uma caveira e um olho bem aberto e vivo. A caveira era para afirmar que todos somos iguais e o olho aberto é porque precisamos estar atentos e abertos ao movimento da vida, explicou-me.. Massa, não é? E ainda há aquelas mentes obtusas que acusam essas tattoos como coisa do capeta. Falando em tattoo, vi tanta gente carregando na pele mensagens tão bacanas como se fossem missionários e missionárias carregando um pergaminho das boas novas de paz e otimismo. Eu acredito nesta geração. Eu boto fé em vocês.

Não encontrei os caras no final da festa, mas havia uma mensagem no pára-brisa do meu carro como forma de agradecimento. Acho que ele resolveu sozinho seu problema. E assim espero, pois a carona esteve disponível.

De resto, Alliance foi tão boa quanto a Harmonic. Nunca faço comparações entre festas, pois, afinal, os grandes responsáveis em fazer uma festa acontecer somos nós mesmos. Pode haver um David Guetta, pode haver a melhor logística, mas quem faz a festa mesmo é quem vai à festa e faz a festa acontecer com espírito de presença. Sem nós, um David Guetta, é um homem sozinho. Mas nesse caso, eu o comparo ao homem que inaugurou a festa Rave. Tinha um dom e quer reparti-lo com o mundo. Obviamente Jesus Cristo foi muito mal interpretado pelo próprio cristianismo quando fez seu primeiro milagre. Foi nas Bodas de Caná, transformando água em vinho, pois a festa não podia parar. Ele mesmo, o Cristo, foi quem disse: "Não é o entra na boca do homem que o contamina, é o que lhe sai da boca." O mal, portanto, está dentro e não fora. Fazer uma escolha é a conversa mais íntima, o segredo que não se confessa ninguém além de si mesmo. É aquele verme a devorar da massa cerebral, cujo ranger dos dentes mastigando a consciência nos tira o sono, nos inquieta, nos tira a paz pela falta da Justiça.

Beijão de paz!