Quando era menino, cresci sob a sombra de alguns homens que, na minha ingenuidade, julgava ser bons líderes, homens de coração bom e de conduta insuspeitável.
Hoje, depois de homem feito, me cai as escamas dos olhos e vejo a canalhice e bandidagem que se camuflam num discurso até bonito, muito bem arranjadinho em toda boa intenção e que, no entanto, não condiz em nada com a proposta da palavra mal-dita. " Façam o que eu falo, mas não façam o que eu faço"
Não fosse minha responsabilidade de assumir minhas posturas no mundo e minha escolha de não barganhar minhas convicções a troco de nada, eu poderia culpá-los por tamanha decepção minha ao descobrir que não passam de homens frouxos, covardes que nada garantem senão aquilo que lhes é conveniente, ou mesmo poderia fazer-me um igual. Todavia, a vida é um a caminho de árduo aprendizado em que, já que a atitude do outro pode ferir-me e amputar sonhos, não devo tornar-me um igual nivelando-me por baixo. Eu seria tão canalha quanto eles e duas vezes bandido por ter sofrido o mal e reproduzi-lo em outras pessoas.
Quem não quer o mal pra si, não o deseja a outrem.
Deus me guarde de mim!