João, meu mano. Um louco e eu, louco por ele. |
Esses
Que tiram a roupa em praça pública
Como se vestissem a alma
Que, de tão comprometidos com a vida,
São tidos por alienados
Esses transgressores por amarem demais
Esses
De olhos arregalados por enxergarem tanto
Por engolirem as almas com a palma da mão
Já que não podem transformar pedra em pão
E matar a fome do mundo
São pedras que clamam no caminho
Profetas que gritam no deserto
Que conversam sozinhos
Como se falassem com todos os homens
Esses
Que não se importam por se importarem demais
Que odeiam quando na verdade estão amando
Que se silenciam quando estão falando
E quando falam, já não querem ser ouvidos
Estão meramente vivendo, distraídos
Os versos encarnados
Esses vermes que se alimentam
Da traição crua e da crueldade das mentiras
Esses mesmos vermes
São as mesmas vespas, mariposas
Marimbondos, borboletas e abelhas
Esses livres.