segunda-feira, 8 de julho de 2013

Melancolia

"Cada vez que um ser humano morre,
 um mundo humano desaparece.”

 Humberto Maturana
Se ando triste, desolado e perdido,
Por que pensares que são as dores minhas?
Que sejam angústias inventadas
Moinhos metamorfoseados em gigantes 
Contra os quais luto em vão?
Por que não suspeitas de que sejam as dores do mundo?
e as tuas próprias...
Que estas me sejam talvez miragem
Para que meus olhos exercitem compaixão
Por que duvidar desse tanto amor
Que existe nas esquinas da vida,
No chamado acaso ou insistência do destino,
Na assistência divina ou conspiração do universo?
Por que duvidar de que esse tanto amor
Não seria capaz de até mesmo criar um mal,
Um sofrimento e um ódio,
Para que crie também o abraço, o beijo e o sorriso?
Para renascer sempre da semente frágil
Que para não morrer só
Morre esse pequeno grão, esse ego
Para dar a outrem seu fruto